INSS: PF aponta repasses suspeitos de mais de R$ 17 mi e transferência de carro a integrantes
Investigação da Polícia Federal revela esquema de desvios de R$ 17 milhões envolvendo ex-diretores do INSS e intermediários. A operação "Sem Desconto" aponta práticas irregulares que podem ter causado perdas de até R$ 6,3 bilhões aos beneficiários do instituto.
Investigações da PF revelam que ex-diretores do INSS e associados receberam mais de R$ 17 milhões em transferências irregulares relacionadas a serviços de desconto de aposentados e pensionistas.
Além dos valores, bens de luxo foram transferidos, como um veículo de meio milhão de reais à esposa do procurador Virgílio Oliveira Filho, afastado judicialmente.
Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", é o principal alvo da investigação. Empresas dele movimentaram R$ 53,5 milhões de entidades sindicais e associações.
- R$ 48,1 milhões recebidos de entidades associativas.
- R$ 5,4 milhões de empresas intermediárias.
A PF destaca que Antunes tem renda mensal de R$ 24.458,23, mas suas movimentações bancárias são superiores a esta quantia. A análise indica que repasses foram feitos rapidamente, o que dificulta a rastreabilidade.
Com a operação "Sem Desconto", iniciada na última quarta-feira, investigações apontam que associações podem ter desviado até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, após a revelação das fraudes. O ministro Carlos Lupi reconheceu a demora em agir, mas nega omissão. Ele não está sendo investigado.