INSS não deveria intermediar relações entre associações e pensionistas, diz Lupi em meio a investigação de fraude
Ministro defende afastamento do INSS na intermediação de associações para aposentados e destaca a complexidade do combate a fraudes. Operação da PF e CGU investiga desvios que totalizam R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos.
Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), afirmou que o INSS não deve intermediar as relações entre associações de aposentados e beneficiários.
Lupi criticou a prática, dizendo que é mais cômodo para as associações realizar descontos em folha do que buscar os aposentados. Sua declaração ocorreu durante uma reunião da Comissão de Previdência da Câmara, antes da operação Sem Desconto da Polícia Federal e CGU, que investiga descontos indevidos.
O ministro defendeu que o problema não será solucionado rapidamente, mencionando a presença de uma “sociedade que tem vocação da esperteza” e reafirmou o compromisso de investigar e punir os responsáveis.
Na comissão, o PT tem apenas dois representantes. O líder do partido, Lindbergh Farias (PT-RJ), esteve presente para defender o governo em possíveis ataques da oposição. Outros deputados, como Ana Paula Lima e Camila Jara, também compuseram a defesa.
A operação da PF e CGU visa combater um esquema de descontos não autorizados, com um total estimado de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Em fevereiro deste ano, foram descontados R$ 250 milhões em benefícios, sendo R$ 150 milhões para entidades investigadas.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, reportou a apreensão de bens no valor de mais de R$ 15 milhões, incluindo carros de luxo, dinheiro e joias.
As 11 entidades sob investigação foram responsáveis por 60% dos descontos em fevereiro.