INSS ignorou alertas de aposentados e autoridades sobre fraudes em descontos, diz PF
Relatório da PF revela que INSS ignorou alertas sobre fraudes em descontos de sindicatos. Ex-diretores do instituto e associados estão envolvidos em esquema que movimentou mais de R$ 17 milhões.
Polícia Federal aponta que o INSS ignorou alertas sobre fraudes nos descontos de sindicatos na folha de pagamento de beneficiários.
Uma operação da polícia e da Controladoria-Geral da República (CGU) resultou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
O relatório da PF afirma que as "medidas preventivas" não foram adotadas, apesar de repetidos alertas e de um Acórdão do Tribunal de Contas da União solicitando a suspensão dos descontos indevidos.
A direção do INSS, segundo a PF, priorizou os interesses das associações, ignorando uma instrução normativa de março do ano passado destinada a combater as fraudes.
Ex-diretores do INSS e pessoas a eles ligadas teriam recebido mais de R$ 17 milhões de intermediários de associações que realizavam descontos irregulares.
Além do dinheiro, a PF também identificou transferências de bens de luxo, incluindo um veículo de alto valor, à esposa do procurador do INSS, Virgílio Oliveira Filho, que foi afastado pela Justiça.
O principal suspeito do esquema é Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", que é acusado de movimentar R$ 53,5 milhões de entidades sindicais e empresas associadas.
A defesa de Antonio declarou que as acusações são infundadas e que provará sua inocência ao longo do processo. Virgílio ainda não se pronunciou sobre o caso.