INSS: bancos defendem consignado e querem trocar Previdência por Fazenda, Planejamento e BC no controle dos juros
Bancos relatam redução significativa nas reclamações sobre empréstimos consignados do INSS e defendem mudança no órgão regulador do teto de juros. Reunião com o ministro da Previdência abordou ações contra fraudes e novas medidas de segurança.
Bancos defendem ações contra fraudes no consignado
Nesta terça-feira, representantes dos bancos se reuniram com o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, para discutir a autoregulação do setor e combater fraudes no empréstimo consignado do INSS.
As reclamações sobre a concessão de consignados praticamente caíram 80% desde a implementação da autorregulação em 2020, passando de 109.712 em 2021 para apenas 23.083 em 2024.
As fraudes estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) na Operação Sem Desconto.
Biometria e novas medidas
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, garantiu que o setor está se esforçando para que o crédito só seja concedido com autorização do titular e planeja incrementar a segurança com autenticações biométricas adicionais.
69% das queixas referentes a contratos feitos antes da obrigatoriedade do uso de biometria facial, imposta pelo INSS em novembro de 2022.
Teto de juros e CNPS
Os bancos também solicitaram ao Conselho Monetário Nacional (CMN) a responsabilidade sobre a definição do teto de juros do consignado, atualmente sob o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
Os executivos acreditam que o CNPS não tem mais a competência técnica necessária, especialmente após o escândalo de descontos indevidos.
Ação no STF
A ABBC entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF, questionando a competência do INSS e do CNPS na definição do teto de juros, alegando que isso infringe a Constituição.
A Febraban reafirmou que a definição inadequada das taxas pode diminuir a oferta de empréstimos ao público.
A investigação é apoiada por entidades representativas, que pedem um processo transparente para coibir práticas abusivas.