INSS: assinatura de analfabetos e idosos com doenças incapacitantes foram fraudadas para descontos em aposentadorias, diz CGU
Fraudes em descontos de mensalidades investigadas pela CGU revelam que beneficiários desconheciam autorizações. A operação da PF e CGU apura desvios de até R$ 6,3 bilhões desde 2019.
Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revela fraudes em descontos de mensalidades associativas na folha de pagamento de beneficiários do INSS.
Beneficiários com doenças incapacitantes, indígenas analfabetos e aposentados no exterior estão entre os afetados. Em entrevistas com 1.273 segurados, 97,6% disseram não ter autorizado os descontos, e 95,9% não participam de associações.
A CGU afirma que assinaturas podem ter sido coletadas sem o consentimento dos beneficiários, sugerindo fraude nos documentos.
Relatos indicam que pessoas com mobilidade reduzida e indígenas sem acesso a meios digitais não puderam assinar os termos. O relatório aponta que, mesmo após cancelamento solicitado, novas cobranças continuam a ser feitas.
A CGU destaca a fragilidade dos beneficiários, principalmente idosos, que têm dificuldade de acessar serviços digitais, tornando-os vulneráveis à ação de terceiros.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado por decisão da Justiça em meio a operação da Polícia Federal que investiga fraudes em benefícios. Os desvios ocorrem entre 2019 e 2024 e podem totalizar R$ 6,3 bilhões.