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Insatisfação com carteira assinada impulsiona explosão de MEIs em busca de mais flexibilidade e renda

Microempreendedores individuais (MEIs) lideram a abertura de novas empresas no Brasil, representando 73,4% de todos os novos CNPJs em 2022. A crescente formalização ocorre em meio à busca por autonomia e melhor qualidade de vida entre os trabalhadores.

No Brasil, 73,4% das empresas abertas em 2022 foram de microempreendedores individuais (MEIs), que agora representam 53% das firmas ativas no país. Em 2009, apenas 8,4% das novas empresas eram MEIs.

A economista Janaína Feijó, da FGV, aponta que a facilidade na abertura de CNPJs e a complexidade da contratação CLT são fatores que impulsionaram o crescimento dos MEIs.

O microempreendedor Adriano Pain formalizou seu negócio após deixar o Corpo de Bombeiros, buscando qualidade de vida e autonomia. Ele hoje fatura três vezes mais do que ganhava anteriormente.

Por outro lado, Marcelo Ribeiro, motoboy autônomo, optou pela informalidade, destacando a liberdade e renda superior. Ele trabalha de oito a dez horas por dia, mesclando serviços de entrega e mototáxi.

O sociólogo Clemente Ganz Lucio alerta sobre a necessidade de direitos trabalhistas, enquanto Renato Meirelles, do Data Favela, acredita que o desejo de autonomia e melhoria de vida impulsiona a busca por empreendedorismo.

Uma proposta de reduzir a jornada de trabalho de 44 para 36 horas passou a ser discutida, com a deputada Érika Hilton coletando assinaturas. A escala 6x1 tem gerado debates sobre a necessidade de equilibrar trabalho e lazer.

Dados da OIT mostram que a carga média semanal no Brasil é de 38,57 horas, com 11% dos empregados trabalhando mais de 49 horas. O Brasil é o quarto país da OCDE em horas trabalhadas anualmente.

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