Inflação na Argentina volta a acelerar em março, em surpresa ruim para o governo Milei
Inflação na Argentina volta a subir e alcança 3,7% em março, interrompendo sequência de estabilidade nos preços. O aumento é impulsionado por altas nos custos de educação e alimentos, refletindo incertezas econômicas.
A Argentina registrou uma inflação ao consumidor de 3,7% em março, acelerando em relação a fevereiro (2,4%), conforme divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec).
O índice surpreendeu o mercado e interrompeu uma sequência de cinco meses com inflação abaixo dos 3%.
No acumulado de 12 meses, a inflação até março ficou em 55,9% — uma queda em relação aos 66,9% de fevereiro. O índice acumulado do primeiro trimestre é 8,6%.
A alta de preços foi impulsionada por gastos com educação (21,8%) e alimentos e bebidas não alcoólicas (5,9%), em meio à volatilidade do mercado de câmbio e incertezas nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O economista-chefe da consultoria Orlando J. Ferrerés y Asociados, Nicolás Alonzo, comentou: “São dados muito ruins para o governo. Esperava-se, no máximo, que o índice chegasse a 3%”. Ele ressaltou a influência das fortes chuvas em março, que prejudicaram a produção de legumes e verduras.
Após o resultado, o mercado pode recalcular a previsão de inflação para 2025, que era de 18% na proposta orçamentária não aprovada. Contudo, especialistas acreditam que, apesar do pico de março, a inflação seguirá em tendência de queda.
Em 2024, o primeiro ano do governo de Javier Milei, a inflação fechou em 117,8%.