Inflação em baixa? Entenda o que significa a queda generalizada nos índices de preços
Os Índices Gerais de Preços (IGPs) registram quedas acentuadas em julho, refletindo a pressão deflacionária nas commodities. Essa tendência pode impactar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas não sinaliza uma mudança imediata na política monetária do país.
Quedas nos Índices Gerais de Preços (IGPs) monitorados pela FGV começaram em março e refletem na inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA.
Em julho, os IGPs apresentaram as seguintes quedas:
- IGP-10: -1,65% (junho: -0,97%)
- IGP-M: -1,67% (junho: -0,49%)
- IGP-DI: -1,80% (junho: -0,85%)
Segundo Matheus Dias, economista da FGV, as quedas estão ligadas a fatores sazonais das safras. Os IGPs demonstram a pressão inflacionária em toda a cadeia produtiva, com dados coletados em sete capitais e uma composição de:
- 60% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)
- 30% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
- 10% do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
Os períodos de coleta dos IGPs variam:
- IGP-10: dia 11 de um mês até dia 10 do seguinte
- IGP-M: dia 21 de um mês até dia 20 do seguinte
- IGP-DI: mês fechado
Recentemente, o IPA do IGP-10 teve queda de 2,42% em julho. Dias menciona a queda nos preços da soja e gasolina, além de uma desaceleração no INCC devido a menos reajustes salariais.
A queda nos IGPs não garante um término imediato da alta dos juros, já que outros fatores influenciam a economia. A PNAD Contínua mostra aumento em contratos de trabalho e massa salarial, pressionando a demanda. Portanto, a deflação, principalmente de alimentos, apesar de relevante, é um reflexo sazonal e temporário, não necessariamente indicando desaceleração econômica.