Inflação deve melhorar ou piorar com tarifaço de Trump? Veja o que esperar, segundo Banco Pine
Impacto das tarifas de Trump pode gerar efeitos desinflacionários no Brasil, embora riscos inflacionários persistam. Expectativas do mercado apontam para uma inflação mais contida e nova queda na previsão do dólar até 2025.
Tarifaço de Trump é o principal assunto que impacta o mercado global, com a implementação prevista para 1º de agosto. Segundo o Banco Pine, as tarifas podem provocar um efeito desinflacionário no Brasil, aumentando a oferta de bens e reduzindo preços internacionais de commodities.
No entanto, existe o risco de inflação caso haja uma depreciação cambial significativa, com a alta do dólar e a queda do real. A variação cambial afeta bens essenciais, como alimentos e combustíveis, com um estudo da FGV indicando que a exposição à variação cambial pode chegar a 15%, dependendo da renda.
Além das tarifas, outros fatores contribuem para um cenário desinflacionário no Brasil:
- Política monetária restritiva;
- Apreciação cambial desde o início do ano;
- Aumento da produção agrícola;
- Desaceleração da demanda agregada.
Nos EUA, o diretor de pesquisa econômica do Pine, Cristiano Oliveira, alerta que o tarifaço pode aumentar a inflação americana, afetando principalmente bens importados. O risco de uma combinação de atividade fraca e inflação alta torna desafiadora a definição da política monetária do Federal Reserve.
Oliveira observa que o impacto do tarifaço na economia brasileira será limitado, mas pode ter efeitos significativos em setores como: produtos florestais, autopeças, químicos e agronegócio (cafés, sucos de laranja, carne bovina e açaí).
O Banco Pine atualizou a estimativa do IGP-M para 2025, prevendo uma inflação virtualmente nula. Isso deve contribuir para uma inflação ao consumidor mais contida nos próximos trimestres.
O boletim Focus do Banco Central mostra uma nova queda na previsão da inflação (IPCA) para 2025, que recuou pela nona semana consecutiva. A expectativa para o IPCA neste ano diminuiu de 5,10% para 5,09%, e a previsão do dólar foi ajustada de R$ 5,65 para R$ 5,60 ao final do ano.