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Inflação começa a ceder para mais pobres e acelera nas faixas de renda maior

A queda nos preços dos alimentos proporciona alívio para as famílias de renda mais baixa, enquanto a inflação nos serviços continua a pressionar as classes mais altas. O estudo do Ipea indica uma reversão na inflação dos mais pobres, embora a recuperação do mercado de trabalho mantenha a demanda intensa por serviços, contribuindo para o aumento de preços nas faixas de renda elevada.

Queda nos preços dos alimentos alivia inflação para famílias mais pobres

A recente queda dos preços de alimentos no Brasil está beneficiando principalmente as famílias de renda mais baixa, de acordo com a pesquisadora Maria Andreia Parente Lameiras, do Ipea.

Um levantamento do Ipea revela que a inflação está perdendo força para as três faixas de renda mais baixa:

  • Famílias de renda muito baixa: de 0,38% para 0,20%;
  • Famílias de renda baixa: de 0,36% para 0,21%;
  • Famílias de renda média-baixa: de 0,31% para 0,23%.

Em junho, a oferta aumentada de alimentos resultou em uma queda de 0,43% nos preços, aliviando a carga sobre esses grupos.

Por outro lado, a inflação nas famílias de renda média foi de 0,24%, enquanto as faixas de renda média-alta e alta mostraram aumento: de 0,21% para 0,27% e de 0,08% para 0,28% respectivamente. O avanço nos preços de passagens aéreas contribuiu para essa pressão.

Maria Andreia destaca que a recuperação do mercado de trabalho permite que as pessoas, mesmo com o aumento dos serviços, continuem consumindo, alimentando a inflação.

No acumulado de 12 meses até junho, o grupo de renda alta registrou a maior inflação: 5,40%. Já o grupo de renda muito baixa apresentou a menor taxa: 5,24%.

Além disso, a pesquisadora analisou possíveis impactos do tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que pode afetar as exportações brasileiras. Inicialmente, isso pode aliviar os preços internos, mas a longo prazo pode haver um aumento devido à pressão sobre a taxa de câmbio.

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