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Indústria pede ação do governo após tarifas de Trump sobre aço e alumínio

Instituto Aço Brasil critica aumento da tarifa de importação de aço e cobra esforços do governo para reestabelecer acordos bilaterais. A medida dos EUA pode amplificar a concorrência com importações predatórias, afetando o mercado local.

Instituto Aço Brasil, que representa nove grandes siderúrgicas do país, expressou preocupação com o aumento da tarifa de importação de aço pelos EUA para 50%, entrado em vigor em 5 de outubro. A entidade pede a retomada do sistema de cotas e ações do governo brasileiro nas negociações.

Segundo nota da entidade, é crucial que o governo, através dos Ministérios das Relações Exteriores e da Indústria, Comércio e Serviços, reestabeleça o acordo bilateral de 2018 que permitia exportações sem tarifas.

Com isso, a expectativa é que a China represente 76,1% das importações totais de produtos laminados em 2025.

Sistema de cotas:

  • Até março, o Brasil exportava 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 687 mil toneladas de produtos acabados sem taxação.
  • A isenção foi restituída após a tarifa de 25% imposta pelos EUA, agora elevada para 50%.

Consequência: a tarifa resultou em uma queda de 10% a 15% nas exportações brasileiras para os EUA, que é o maior comprador de aço semiacabado do Brasil.

Marco Polo, presidente do Instituto, acredita que é possível repetir a negociação de 2018 e restabelecer o acordo anterior.

Alerta de desvio comercial:

Há temores de que o aumento das tarifas eleve as importações predatórias no Brasil, que já enfrenta forte concorrência no mercado interno. O Instituto Aço Brasil estima que o país importará 5,3 milhões de toneladas de aço laminado neste ano.

O presidente da entidade defende medidas de defesa comercial e a aplicação de tarifas antidumping para proteger o mercado.

Governo brasileiro:

O Ministério da Indústria e Comércio afirmou que busca aprofundar as negociações com os EUA. O vice-presidente Geraldo Alckmin lamentou o aumento, mas enfatizou a necessidade de diálogo, já formando um grupo de trabalho com o USTR.

Alckmin lembrou a complementaridade econômica entre os países, citando que o Brasil é o segundo maior comprador de carvão siderúrgico dos EUA.

Entenda a tarifa:

A nova tarifa de 50% imposta pelos EUA é uma medida protetiva para sua indústria local. A única exceção foi a Inglaterra, devido a um acordo bilateral. A decisão é considerada uma retomada de medidas protecionistas semelhantes às aplicadas anteriormente.

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