Indústria de máquinas do Brasil vê tarifa de 10% como trava na exportação aos EUA, mesmo com trégua
A trégua de 90 dias entre EUA e China não altera tarifas para aço e produtos siderúrgicos no Brasil, mas gera expectativas sobre futuras negociações. Especialistas alertam que os impactos dependem das tratativas subsequentes e da recuperação do comércio global.
Acordo EUA-China: Impacto limitado para Brasil
Na segunda-feira, 12, um acordo de trégua de 90 dias foi firmado entre Estados Unidos e China, mas não altera as condições para o setor siderúrgico e a indústria de máquinas do Brasil.
As tarifas para produtos chineses nos EUA caem de 145% para 30%, enquanto as tarifas para produtos americanos na China vão de 125% para 10%. Contudo, taxas sobre automóveis, aço (70%) e alumínio não estão incluídas.
José Velloso, da Abimaq, expressa incerteza sobre os reflexos para o Brasil: “A tarifa de 30% não é um embargo, mas é importante. O cenário continua indefinido.”
O acordo visa facilitar negociações de tarifas para o comércio futuro. Em 2022, as importações de máquinas da China para o Brasil aumentaram 34% antes da volta de Trump.
Velloso alerta que a imposição de 10% nas exportações para os EUA prejudica a competitividade, afetada por regimes tributários especiais no Brasil.
Marco Polo de Mello Lopes, do Instituto Aço Brasil, afirma que nada muda para o aço: “A tarifa de 70% dos EUA para a China permanece.” O Brasil foi taxado em 25% nos embarques de aço para os EUA.
Renê Medrado, especialista em comércio internacional, considera o acordo como uma sinalização positiva, com potencial para beneficiar as relações comerciais: “A diminuição da volatilidade global pode favorecer a economia brasileira e a previsibilidade das exportações.”