Indústria de madeira tem férias coletivas e demissões no Brasil por tarifaço de Trump

A indústria de madeira processada no Brasil enfrenta sérios desafios devido ao tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, previsto para agosto.

As exportações para o mercado americano foram paralisadas antes mesmo do plano entrar em vigor, criando um temor de colapso no setor, segundo a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente).

Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci, afirma que muitos clientes cancelaram contratos ou postergaram embarques até que a questão da taxação seja esclarecida.

Uma sobretaxa de 50% deixaria o setor "fora de jogo" nos EUA, levando empresas a medidas de redução de produção e férias coletivas, além de demissões.

O mercado americano é estratégico, com cerca de 50% da produção da indústria de madeira brasileira voltada para os EUA. A indústria gera aproximadamente 180 mil empregos diretos no Brasil, especialmente na região Sul.

A Sudati, produtora de compensados e MDF, confirmou a demissão de cerca de 100 funcionários no Paraná e em Santa Catarina devido à insegurança do setor.

A BrasPine anunciou férias coletivas para 1.500 de seus 2.500 funcionários em municípios do Paraná, pela perda de competitividade frente a tarifas menores nos EUA.

A Millpar também decidiu dar férias coletivas a 720 funcionários de um total de 1.100 em duas unidades no Paraná, tendo sua produção voltada principalmente para exportação.

A Abimci alerta que encontrar parceiros comerciais alternativos não será fácil para a indústria brasileira. "O volume que a gente coloca nos EUA não cabe em nenhum outro mercado", diz Pupo.

O dirigente empresarial pede um avanço urgente nas negociações diplomáticas entre Brasil e EUA, reforçando que as férias coletivas são soluções temporárias.