Indústria de cosméticos e beleza recicla mais embalagens, mas desafio envolve repensar negócio
Indústria de higiene e cosméticos investe em logística reversa para minimizar impacto ambiental e reciclar milhões de toneladas de resíduos. Programa Mãos Pro Futuro se destaca como maior iniciativa de recuperação de embalagens no Brasil, envolvendo centenas de empresas e cooperativas.
Indústria de Higiene e Cosméticos no Brasil representa cerca de 2% do PIB nacional, com vendas anuais de US$ 27 bilhões.
Setor enfrenta pressão regulatória e demanda por práticas mais sustentáveis, como produtos naturais e redução de água na produção.
Estima-se que anualmente sejam lançadas 120 bilhões de embalagens de beleza no mundo, sendo a maioria em plástico, material que leva mais de 400 anos para se decompor.
O Brasil, terceiro maior mercado global, é também o maior produtor e poluidor de plástico da América Latina, com 11,3 milhões de toneladas descartadas anualmente.
Em resposta ao problema, o programa "Mãos Pro Futuro", gerido pela ABIHPEC, investe em logística reversa de embalagens, com resultados significativos:
- Mais de 1 milhão de toneladas de resíduos sólidos recuperados.
- Cerca de 3,8 milhões de toneladas de GEE evitadas entre 2013 e 2023.
- Em 2023, reciclou quase 160 mil toneladas de resíduos, superando a meta de 115 mil toneladas.
Atualmente, o programa conta com 144 empresas membros, abrangendo 70% do setor. Recentemente, o número de participantes aumentou para 230.
Além do programa, empresas como Boticário e Natura possuem iniciativas próprias de coleta de embalagens, com incentivos aos consumidores.
Apesar do progresso, o desafio do plástico continua, necessitando de ações integradas que abordem tanto o impacto ambiental quanto a inclusão social dos catadores.
Iniciativas como a parceria entre a ABIHPEC e a Suzano visam retirar 660 catadores da extrema pobreza, com um investimento de R$ 3 milhões em capacitação e treinamento.
A Natura investe em programas de auditoria e capacitação para garantir condições éticas de operação na cadeia de reciclagem, com previsão de investimentos de R$ 1 milhão em 2024.
Ambas as empresas têm metas ambiciosas de tornarem suas embalagens 100% recicláveis até 2030.