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Indústria da pesca já discute deixar barcos parados por conta de tarifaço dos EUA

Indústria pesqueira enfrenta crise devido a tarifa de 50% imposta pelos EUA, discutindo alternativas para o futuro. Com a possibilidade de paralisia das embarcações, trabalhadores do setor também sofrerão com a redução de salários.

Indústria de pesca nacional enfrenta crise devido ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, que começa em 1º de agosto.

Empresas do setor no Rio Grande do Norte reúnem-se para decidir sobre o envio de barcos pesqueiros para alto-mar nesse mês.

Arimar França Filho, da Produmar, afirma: “Provavelmente, não sairemos em agosto”. Mercado brasileiro não absorve a produção e o europeu está fechado desde 2017.

Com custos elevados, barcos operam por 20 dias em alto-mar. Após a tarifa, exportações se tornariam inviáveis, com impacto em 35 navios e US$ 50 milhões anuais.

Cerca de 1,5 mil trabalhadores serão afetados. Salários variáveis diminuirão, segundo França.

A Abipesca pediu ao governo uma linha de crédito emergencial de R$ 900 milhões, com carência de seis meses.

Os EUA representam 97% das vendas externas de peixes de aquicultura e 58% dos pescados. Produtos brasileiros representam apenas 1% das importações americanas.

França destaca que a suspensão das compras pelos EUA já teve efeitos imediatos. Indústria busca reunião com o ministro da Fazenda para agilizar a linha de crédito.

“Além do crédito, precisamos abrir o mercado europeu”, comenta Jairo Gund, da Abipesca. Problemas técnicos foram resolvidos, e o governo deve reduzir a dependência dos EUA.

Caso o mercado norte-americano feche, os preços dos pescados no Brasil podem cair temporariamente, mas o impacto será negativo a longo prazo.

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