Indígenas isolados, idosos e doentes foram vítimas de fraudes contra aposentados
Auditoria da CGU revela fraudes em descontos de contracheques de aposentados do INSS, com indícios de manipulação e prevaricação. A Polícia Federal investiga uma rede de corrupção e a possível venda de dados pessoais de beneficiários.
A auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou fraudes nos descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do INSS.
Foram encontrados cadastros em nomes de:
- analfabetos
- indígenas de comunidades isoladas
- idosos com doenças graves
- pessoas com deficiência
- aposentados que residem no exterior
Essas pessoas, segundo a CGU, não poderiam comparecer às associações para assinar autorizações de desconto.
A auditoria ouviu 1.273 beneficiários em todos os Estados e no Distrito Federal. 97,6% relataram não ter autorizado os descontos.
Os beneficiários podem autorizar descontos para associações civis e sindicatos, mas é necessário autorização “prévia, pessoal e específica”. Muitos descobriram os descontos apenas durante as entrevistas.
A Polícia Federal destacou um “cenário de incongruências” e investiga se idosos foram ludibriados a assinar documentos. A Operação Sem Desconto apura a venda de dados por servidores do INSS em troca de propinas, resultando em R$ 6,3 bilhões de prejuízo.
Como consequência, Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, pediu demissão após ser afastado por ordem judicial.