Inadimplência no aluguel atinge maior patamar em um ano no Brasil, aponta levantamento
Inadimplência no pagamento de aluguéis no Brasil chega ao maior nível em um ano, afetando especialmente imóveis de baixo valor. A combinação de inflação elevada e juros altos intensifica a pressão sobre inquilinos e imobiliárias, que buscam alternativas para mitigar os impactos.
Inadimplência em aluguéis no Brasil alcançou 3,59% em junho, o maior índice dos últimos 12 meses, segundo a Superlógica. Este é o terceiro aumento consecutivo.
Segmentos críticos:
- Imóveis residenciais até R$ 1.000: 5,79% de inadimplência
- Imóveis comerciais nessa faixa: 7,48% (recorde histórico)
Taxa de inadimplência por região:
- Nordeste: 4,8%
- Norte: 4,09%
- Centro-Oeste: 3,78%
- Sudeste: 3,38%
- Sul: 3,17%
Tipos de imóveis:
- Apartamentos: 2,47%
- Casas: 3,96%
- Imóveis comerciais: 4,91%
Faixas de aluguel:
- Imóveis acima de R$ 13 mil: 6,54%
- Imóveis de R$ 2.000 a R$ 3.000: 2,17%
Segundo Manoel Gonçalves, da Superlógica, a falsa segurança e a falta de garantias, como o seguro-fiança, contribuem para o aumento da inadimplência, refletindo a instabilidade econômica.
A análise abarcam 900 mil locatários, considerando inadimplentes aqueles com boletos vencidos ou atrasados há mais de 60 dias.
Fatores de alta inadimplência: inflação persistente, juros elevados e endividamento das famílias. O cenário para o segundo semestre de 2025 é de cautela.
Imobiliárias estão adotando estratégias, como:
- Análise de crédito criteriosa
- Programas de proteção ao proprietário
- Facilitação da renegociação com inquilinos
Em Sorriso (MT), a Foco Negócios Imobiliários criou um programa que garante ao proprietário o recebimento integral do aluguel, mesmo com atrasos. O CEO Tiago Borba destaca que de mais de 85% das renegociações são resolvidas administrativamente.
Aumento dos prazos de negociação, parcelamento via cartão de crédito e preservação do relacionamento entre locadores e inquilinos tornam-se estratégias comuns entre as imobiliárias.