Inadimplência no agro força ‘acerto de contas’ no Banco do Brasil
Produtores rurais enfrentam crise sem precedentes em 2024, com aumento na inadimplência e pedidos de recuperação judicial. O Banco do Brasil ajusta suas projeções em meio a novos desafios e regulamentações que afetam sua forte exposição ao agronegócio.
Banco do Brasil enfrenta crise no agronegócio, domínio histórico em empréstimos para o setor agrário ameaçado. O banco responde por 50% do financiamento do segmento.
Altas taxas de juros e reveses nas colheitas levaram agricultores a solicitar recuperação judicial em ritmo recorde em 2024, evidenciando a crise no setor.
Uma nova regra do Banco Central obriga bancos a provisionar perdas esperadas, impactando a carteira de R$ 400 bilhões do Banco do Brasil (BBAS3) para o agronegócio. A inadimplência acima de 90 dias dobrou, alcançando 3% no primeiro trimestre.
Mercado reagiu negativamente; BB perdeu cerca de US$ 4 bilhões em valor de mercado após resultados abaixo do esperado. Comparando, ações do banco subiram apenas 2% em 2025, enquanto concorrentes como Bradesco e Itaú subiram pelo menos 25%.
A CEO Tarciana Medeiros enfrenta desafios, incluindo críticas sobre prioridades que não se concentram na atividade principal do banco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está ciente da situação, mas não planeja substituí-la.
Em resposta, o BB reafirma compromisso com projeções financeiras e destaca a importância da diversidade como diferencial competitivo. O banco financia cerca de 23% da economia brasileira, com o agronegócio representando um terço de sua carteira de crédito.
Analistas alertam que a situacão pode piorar e que as novas regras contábeis acentuam os desafios, com o setor agrário atravessando seu pior momento em anos. A recuperação depende de super safra e medidas eficazes para controlar a inadimplência.
Empréstimos do agronegócio exigem que produtores estejam em dia com suas dívidas para acesso ao Plano Safra. Para o segundo trimestre, há expectativa de resultados ruins persistirem.