Inadimplência do agronegócio afeta lucro e leva BB a reforçar gestão do risco de crédito
Crise se agrava no agronegócio brasileiro, com pedidos de recuperação judicial disparando e inadimplência crescendo. O Banco do Brasil enfrenta desafios com novas regras contábeis e queda no valor de mercado, pressionando a liderança de sua CEO.
Banco do Brasil (BB) enfrenta dificuldades no agronegócio: tradicional líder em empréstimos para o setor, o BB vê aumento da inadimplência e pedidos de recuperação judicial se acelerarem em 2024.
Taxas de juros recordes e colheitas ruins complicam a situação dos produtores, com a inadimplência acima de 90 dias subindo para 3,04% no primeiro trimestre, mais que o dobro do ano anterior. A carteira de empréstimos do agronegócio do banco é de R$ 400 bilhões.
Uma nova regulamentação do Banco Central exige que os bancos provisionem perdas esperadas, afetando drasticamente o BB, que ficou mais exposto a essas regras que seus concorrentes, como Itaú e Bradesco. A mudança resultou em uma redução de R$ 1 bilhão na receita do BB.
Após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, o BB perdeu cerca de US$ 4 bilhões em valor de mercado. As ações do banco subiram apenas 2% este ano, em contrapartida ao crescimento de 25% dos concorrentes.
A CEO Tarciana Medeiros enfrenta pressão devido ao desempenho do banco, e embora tenha discutido a situação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não há planos para sua substituição. O governo espera que a super safra melhore as perspectivas financeiras.
A inadimplência e as dificuldades financeiras dos produtores podem impactar os recursos do Plano Safra, programado para ser anunciado em junho. O BB reconhece a necessidade de boas práticas para atender melhor o segmento, enquanto tentará trabalhar contra a inadimplência nos próximos meses.