Imposto global pode ser de 2% da fortuna de bilionários, diz economista convidado por Haddad
Proposta de imposto global visa aumentar a contribuição fiscal dos bilionários e combater a evasão de impostos. Economista francês destaca que a taxa de 2% pode melhorar a progressividade dos sistemas tributários existentes.
Imposto global sobre super-ricos: Proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sugere uma taxa de 2% sobre a fortuna de bilionários.
A proposta ainda está em fase de discussão e foi explicada pelo economista francês Gabriel Zucman no G20. Ele destacou que a taxa pode ser ajustada conforme as negociações entre países.
Zucman afirmou: "É uma taxa muito baixa, mas faria uma diferença significativa na progressividade dos sistemas fiscais." O imposto mínimo serviria como complemento ao imposto de renda, considerando a dificuldade dos super-ricos em pagarem esses tributos.
Se um bilionário não atingir a taxa de 2% em seu imposto de renda, uma taxa complementar seria aplicada. Caso já pague os 2% no imposto de renda, não haverá nova cobrança.
Segundo Zucman, a taxa deve ser calculada com base na riqueza, e não na renda, para garantir eficácia na cobrança.
Embora alguns países possam ser contra a ideia, ele acredita que não é necessário consenso total para causar impacto positivo na distribuição de renda.
Ele citou o exemplo do Pilar 2 da OCDE, que estabelece uma taxação mínima para multinacionais. Mesmo com dificuldade na implementação, a lógica pode ser aplicada para os super-ricos.
Além disso, bilionários que tentarem fugir dos impostos poderão ser taxados por seu governo de origem por alguns anos.
Zucman é professor na Universidade da Califórnia em Berkeley e coautor dos livros "The Triumph of Injustice" e "The Hidden Wealth of Nations", e está em diálogo com o governo brasileiro desde o início de 2022.