Importação de soja pela China em abril é a mais baixa da década
As importações de soja pela China enfrentam graves atrasos devido a problemas logísticos e alfandegários, atingindo seu menor nível em dez anos. Especialistas afirmam que a recuperação dos embarques está em dúvida, impactando o setor de processamento de sementes oleaginosas no país.
Importações de soja pela China caíram para o nível mais baixo em dez anos em abril, com 6,08 milhões de toneladas metricas, uma queda de 29,1% em comparação ao ano anterior.
Atrasos no desembaraço alfandegário e embarques tardios do Brasil interromperam o fluxo normal de cargas. O setor de processamento de sementes oleaginosas foi gravemente afetado, restringindo o fornecimento de farelo de soja.
Atualmente, o transporte das cargas leva de 20 a 25 dias, em comparação com os 7 a 10 dias habituais. Isso causou cortes na produção de várias plantas de esmagamento no norte e nordeste da China.
Os preços dos futuros do farelo de soja apresentaram alta, mas recuaram depois devido a esperanças de remessas brasileiras. De janeiro a abril, as chegadas de soja totalizaram 23,19 milhões de toneladas, uma queda de 14,6% em relação ao ano passado.
Espera-se que as importações aumentem em maio e junho, com estimativas de 11 milhões de toneladas mensais. No entanto, a Anec projeta 12,6 milhões de toneladas em maio, limitando o que pode ser enviado à China.
As vendas líquidas de soja dos EUA para a China foram zero na semana encerrada em 1º de maio. A tarifa retaliatória de 125% imposta pela China praticamente eliminou as importações dos EUA, a menos que haja um acordo.
O foco está na próxima reunião entre autoridades chinesas e norte-americanas na Suíça, onde se espera progresso nas negociações comerciais.