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Imóveis para famílias perdem 36% de área em 20 anos em SP

Apartamentos de dois quartos no MCMV de São Paulo têm visto uma significativa diminuição de espaço ao longo das últimas décadas, atraindo famílias de diferentes tamanhos. As mudanças nas plantas visam atender à demanda por preços acessíveis em um mercado imobiliário em transformação.

A análise de apartamentos do MCMV em São Paulo revela uma significativa redução de espaço.

Nos últimos 20 anos, apartamentos de dois quartos perderam 22 m², com a área média atual de 38,6 m².

A arquiteta Beatriz Mélo identificou semelhanças nas plantas, como a extinção de corredores e predominância do modelo “borboleta”. Desde os anos 1980, a área caiu de 75 m² a 34 m², representando uma perda de 55%.

O setor entende a diminuição, mencionando que as famílias também estão menores. A média é de até três pessoas, o que influencia a demanda por espaços compactos.

A legislação não exige tamanho mínimo para unidades do MCMV financiadas pelo FGTS. Em média, os imóveis variam de 32 a 37 m².

A ergonomia dos imóveis é questionada, com situações como a impossibilidade de abrir uma geladeira se um móvel estiver em frente. Técnicas de marketing criam uma falsa sensação de amplitude.

Incorporadoras defendem que a redução de espaço é uma resposta à alta nos custos de construção e terrenos. Um espaço menor mantém os preços acessíveis.

O programa MCMV tem metas ambiciosas, aumentando de 1,5 milhões para 2,5 milhões de contratações, enquanto unidades bancadas pela União têm requisitos estritos, como no mínimo 41,5 m².

O aumento das temperaturas devido às mudanças climáticas levanta preocupações sobre o conforto térmico em apartamentos com ventilação limitada. Mélo destaca a necessidade de um equilíbrio nas políticas habitacionais.

Embora os imóveis sejam compactos, eles proporcionam melhorias na qualidade de vida de famílias em situações irregulares. A faixa de renda do MCMV atende famílias de R$ 2.850 a R$ 12.000.

A produção de imóveis para a classe média tradicional diminui, resultando em encarecimento dos imóveis, forçando muitos a optarem por apartamentos menores.

Contrapõe-se a esse cenário a recente alta de 8% na área média de imóveis de quatro dormitórios em São Paulo, subindo para 212 m².

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