Ibovespa cai: por que as medidas do governo para compensar IOF não agradaram mercado?

Ibovespa despenca e chega a cair mais de 1,00%, atingindo a faixa dos 134 mil pontos na manhã de segunda-feira, 9. A queda representa quase 2 mil pontos entre a máxima de 136.105,81 e a mínima de 134.118,64.

Na carteira teórica, a desvalorização é quase geral: de 87 ações, apenas seis subiam até às 11h16.

A agenda de indicadores é esvaziada no Brasil e no exterior. Mercados aguardam dados de inflação que serão divulgados amanhã.

Nos EUA, a maioria dos índices está em alta, enquanto investidores esperam discussões entre EUA e China em Londres.

O governo e o Congresso chegaram a acordo sobre alternativas ao aumento do IOF para compensar a arrecadação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou mudanças que visam reduzir o gasto tributário em pelo menos 10%.

• Taxação de bets e cobrança de títulos incentivados (LCI e LCA).
• Fim da alíquota de 9% na cobrança da CSLL para instituições financeiras.

Jefferson Laatus, do Grupo Laatus, nota que, embora o recuo do IOF seja positivo, as primeiras impressões das mudanças são negativas. A percepção de elevação da Selic aumenta no mercado.

A economista Andrea Damico considera o recuo do IOF como um ponto positivo, mas critica a falta de medidas estruturais. O aumento de imposto pode resultar em expectativas frustradas sobre o controle de gastos públicos.

Alberto Ramos, do Goldman Sachs, argumenta que o pacote se concentra em aumentar impostos em vez de cortar gastos. As expectativas são de que a Selic termine 2025 em 14,75% e 2026 em 12,50%.

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou a 0,10% e terminou a semana com uma desvalorização de 0,67%. A essa altura da manhã, o índice caía 1,23% aos 134.384,34 pontos.

Mesmo com o petróleo avançando 0,50%, ações da Petrobras caíam, assim como as da Vale.