IBGE vai ajustar dados passados de desemprego; entenda o porquê em 3 pontos
Taxa de desemprego nacional será atualizada com dados do Censo 2022, impactando os números anteriores. A reponderação na Pnad Contínua busca refletir com mais precisão o perfil populacional do país.
Na próxima quinta-feira (31), o país conhecerá a nova taxa de desocupação referente ao trimestre encerrado em junho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE.
A pesquisa traz uma novidade importante: a reponderação baseada no Censo 2022, o que resultará em ajustes nos dados passados.
Isso significa que o perfil populacional do censo será incorporado à amostra representativa visitada pelos pesquisadores, podendo alterar as taxas de desemprego anteriores. A série histórica da Pnad começou em 2012.
IBGE: “A reponderação da Pnad em 2025 considerará os totais populacionais das projeções de 2024.”
Exemplo: Se o Censo mostra mais mulheres que homens em uma determinada proporção, essa dimensão será refletida na amostra da Pnad. O censo anterior foi em 2010.
O IBGE projeta a população brasileira em 2024 como 212,6 milhões, enquanto a Pnad estimava mais de 216 milhões, justificando a reponderação.
Trimestralmente, 211 mil domicílios em 3,5 mil municípios são visitados. A Pnad é a principal pesquisa sobre o mercado de trabalho no Brasil, considerando desocupadas apenas as pessoas que buscam efetivamente emprego.
O levantamento inclui pessoas a partir de 14 anos, contabilizando todos os tipos de trabalho. Isso difere do Caged, que foca apenas trabalhadores com carteira assinada.
Twitter do IBGE: “A série histórica da Pnad será atualizada com os novos dados populacionais.”
Após a realização de censos demográficos decenais, o IBGE costuma atualizar suas pesquisas amostrais. A reponderação também foi necessária devido à pandemia de covid-19.
A experiência anterior com reponderações não mostrou mudanças significativas nos indicadores, apenas pequenas alterações nos números absolutos.
Dados mais recentes da Pnad, divulgados em 27 de junho, indicaram uma taxa de desocupação de 6,2% no trimestre encerrado em maio, a menor da série histórica. O menor índice já registrado foi de 6,1% em novembro de 2024, enquanto a maior foi de 14,9% durante os trimestres de setembro de 2020 e março de 2021.
Censo 2022 trouxe um retrato mais complexo e detalhado da população brasileira.