IBGE mostra haver mais e melhores empregos, mas até quando?
Apesar do crescimento no mercado de trabalho e no PIB, sinais de desaceleração já começam a surgir. A política monetária restritiva do Banco Central pode estar impactando negativamente a resiliência da economia.
Dados de abril sobre o mercado de trabalho, divulgados pelo IBGE em 29 de maio de 2025, revelam um cenário positivo, mesmo com medidas do Banco Central para aumentar o desemprego.
A última ata do Copom ressalta que a inflexão no mercado de trabalho é parte da política monetária.
Os dados mostram que o nível de ocupação está absorvendo o aumento da população com mais de 14 anos. Há um crescimento de 2,4% em relação ao ano passado, embora uma desaceleração de 0,3% em comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2025.
Em termos de posição de ocupação, o destaque é na contratação com carteira assinada, tanto no setor público quanto no privado. Os rendimentos cresceram 3,2% em 12 meses, mas houve estabilidade em relação ao trimestre anterior.
A taxa de subutilização da força de trabalho ficou estável. A subocupação não apresentou variação (0,0%), e outros indicadores tiveram uma ligeira queda de -0,1%.
Embora o mercado de trabalho seja resiliente, há sinais de arrefecimento no cenário positivo.
Os dados do PIB do 1º trimestre de 2025 também foram divulgados, mostrando uma alta de 1,4% em relação ao trimestre anterior e um crescimento de 3,5% em 12 meses.
No setor de produção, o destaque foi para o agropecuário (+12,2% no trimestre e +1,8% em 1 ano). O setor industrial, que estava positivo, mostra sinais de redução.
Na demanda, a FBCF cresceu 3,1% no trimestre e 8,8% em 1 ano, impulsionada pela construção civil e importações de bens de capital.
Apesar do crescimento econômico, há preocupações sobre os efeitos da política monetária. O tratamento aplicado pode estar prejudicando a recuperação econômica.