IBGE aponta que 5 milhões vivem em vias por onde só circulam bicicletas
Estudo do IBGE revela desigualdade na infraestrutura urbana do Brasil, com 90,8% da população vivendo em ruas com capacidade máxima de circulação. Enquanto algumas regiões apresentam bons índices, outras enfrentam sérias limitações no acesso a serviços essenciais.
Em 2022, 158,1 milhões de pessoas no Brasil viviam em ruas com capacidade máxima de circulação, permitindo a passagem de ônibus e caminhões. Apenas cinco milhões estavam em vias restritas a bicicletas.
A pesquisa realizada pelo IBGE, junto ao Censo Demográfico 2022, foi a primeira a investigar essa capacidade de circulação. Um acesso adequado a serviços públicos, como coleta de lixo e ambulâncias, depende dessa condição.
A média nacional de moradores em ruas com circulação máxima é de 90,8%, variando conforme os Estados:
- Amapá: 76,9%
- Tocantins e Mato Grosso do Sul: 98%
Estados com menor percentual:
- Pernambuco: 79,4%
- Bahia: 82,6%
- Rio de Janeiro: 83,1%
Grandes concentrações urbanas mostram baixos percentuais na capacidade de circulação. Por exemplo, Uberlândia (MG) apresenta 99,1% de moradores em ruas com circulação de caminhões e ônibus.
O técnico do IBGE, Maikon Novaes, destaca que as características geográficas, como a presença de favelas, influenciam tais índices.
Em Salvador (BA), apenas 56,7% dos moradores viviam em ruas com circulação de caminhões, enquanto 23,1% estavam em vias apenas para pedestres e ciclistas, o maior percentual do país para municípios acima de 100 mil habitantes.
Já em Recife (PE), 69,9% dos moradores tinham acesso a ruas com caminhões, e 16,1% estavam em vias restritas, o quarto maior percentual do Brasil para cidades com mais de 100 mil habitantes.