IA é usada para burlar direitos autorais de conteúdo jornalístico
Veículos de imprensa enfrentam crescente apropriação indevida de conteúdo pela inteligência artificial, a qual redistribui reportagens sem autorização. Especialistas alertam sobre violações da Lei de Direitos Autorais, enquanto plataformas de notícias automatizadas proliferam no Brasil.
Veículos de imprensa enfrentam apropriação de conteúdo por plataformas de inteligência artificial (IA).
Embora ainda não haja regulação específica sobre IA no Brasil, a prática de uso indevido de material jornalístico cresce mundialmente, levando a processos contra big techs nos EUA, como The New York Times e Forbes.
Juristas afirmam que a Lei de Direitos Autorais e o Código Civil permitem responsabilizar lucros obtidos através dessa prática.
Sites como Portal Tela e Diário do Povo têm raspado conteúdo de veículos tradicionais, reproduzindo reportagens exclusivas sem autorização.
Com o uso de técnicas como scraping, conteúdo é coletado e reescrito por modelos de linguagem, resultando em material simplificado e sem apuração original.
Luiz Friggi, professor de Direito, destaca que essa abordagem ignora o direito autoral e o estilo único de jornalistas.
Plataformas como Notjournal oferecem "notícias sem ruído" utilizando conteúdo de repórteres, cobrando assinaturas sem formalização com os veículos originais.
Marcelo Rech, da ANJ, alerta para práticas clandestinas que violam paywalls, caracterizando essas plataformas como parasitas que se beneficiam ilegalmente.
Procurados, Diário do Povo e Portal Tela não se manifestaram, enquanto o Notjournal defende sua atuação como facilitadora de acesso ao conteúdo relevante.