Heranças invisíveis: o que o racismo estrutural ainda nos cobra
A saúde mental da população negra no Brasil é marcada por traumas intergeracionais e uma falta de apoio do Estado. É essencial que a psicologia adote uma abordagem antirracista para garantir dignidade emocional e acesso a cuidados adequados.
A abolição da escravidão no Brasil marcou um começo de abandono para a população negra, resultando em uma herança emocional pesada. Sem reparação ou inserção social, a população negra enfrenta impactos psíquicos que afetam identidade, pertencimento e dignidade.
Mais de 1 século após a abolição, as consequências do silenciamento histórico sobre as dores e lutas dessa população persistem, comprometendo seu bem-estar. A identidade é fundamental para a construção de saúde mental, mas pessoas pretas ainda chegam atrasadas a esse espaço.
O acesso à saúde mental é limitado, com mais de 100 milhões de brasileiros sem planos de saúde, e o SUS, apesar de gratuito, enfrenta desafios como falta de informação e acolhimento específico. É vital discutir saúde mental com recorte racial.
Falar sobre saúde mental é falar também de reparação. A psicologia deve ser antirracista, deixando de lado a neutralidade. É essencial entender como o racismo influencia as experiências emocionais da população negra.
A luta pela dignidade emocional da população negra continua urgente, especialmente enquanto o mito da democracia racial perpetuar privilégios. Cuidar de verdade precisa ser parte da resistência.