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Havia resistência na Abin a investigar FirstMile, diz ex-diretor

Ex-diretor da Abin revela resistência interna à fiscalização do sistema de espionagem. Investigação aponta uso irregular do FirstMile para monitorar adversários políticos durante a gestão Bolsonaro.

Ex-diretor da Abin faz declarações sobre espionagem

O ex-diretor-adjunto da Abin, Carlos Afonso Coelho, declarou em audiência no STF (23.mai.2025) que houve resistência à fiscalização do sistema de espionagem FirstMile.

Coelho afirmou que o ex-secretário da Abin, Paulo Maurício Fortunato, reagiu de forma “agressiva” ao ser questionado e se recusou a fornecer informações.

Tanto Coelho quanto Fortunato estão sendo investigados pela PF pelo uso irregular do FirstMile, que permitiu rastrear pessoas durante o governo Jair Bolsonaro.

Coelho depôs como testemunha do deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, que é réu no processo referente ao “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado em 2022.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu que Coelho não fosse ouvido como testemunha, dado que ele também é investigado. O ministro Alexandre de Moraes permitiu o depoimento, mas isentou Coelho de fornecer informações que o incriminassem.

Um relatório da PF, divulgado em julho de 2024, revelou a existência de uma "Abin paralela", que monitorou ilegalmente adversários políticos. O grupo, coordenado por Ramagem, espionou ministros do STF, congressistas e jornalistas utilizando o FirstMile.

Desde 19.mai, o STF ouve 82 testemunhas no processo contra o “núcleo 1” da tentativa de golpe, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nesta sexta-feira (23.mai), prestaram depoimento testemunhas indicadas por Ramagem e pelo ex-ministro Walter Braga Netto. Outras três testemunhas foram dispensadas.

Audiência às 14h: O colegiado continuará ouvindo testemunhas posteriores.

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