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Haddad vê sinais de abertura dos EUA para negociar tarifaço e descarta submissão: ‘Brasil nunca abandonou a mesa’

Ministro da Fazenda acredita que há abertura para negociação sobre a sobretaxa imposta pelos EUA. Haddad destaca a importância do diálogo respeitoso e prepara plano de contingência para proteger empresas brasileiras.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há sinais de disposição do governo dos EUA para negociar a sobretaxa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros.

A medida está prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º), mas Haddad acredita que o prazo não é definitivo. Ele declarou: “O Brasil nunca abandonou a mesa de negociação. Acredito que esta semana haja algum sinal de interesse em conversar”.

O ministro ressaltou que empresários americanos relataram uma maior abertura ao diálogo. O Brasil já enviou duas cartas formais aos EUA desde maio e aguarda resposta.

Haddad mencionou os esforços do vice-presidente Geraldo Alckmin, que teve a terceira conversa com seu homólogo americano na segunda-feira (28). Ele disse: “Estamos fazendo nossa parte para manter o canal aberto”.

Apesar da proximidade da data de vigência da tarifa, ele evitou tratar o prazo como rígido, afirmando: “Pode entrar em vigor e, ainda assim, rapidamente concluirmos uma negociação”.

O governo está preparando um plano de contingência para mitigar os efeitos da sobretaxa, incluindo ações de proteção ao emprego e suporte a empresas, embora a decisão final cabe ao presidente Lula.

Haddad também se manifestou sobre o tom da relação com os EUA, afirmando que o Brasil não adotará postura submissa, mas também não pretende endurecer o diálogo: “É preciso liturgia e respeito”.

O tarifaço foi anunciado por Trump em uma carta a Lula em 9 de julho, com justificativas políticas e comerciais. Trump indicou que a sobretaxa se aplicaria a países com os quais o relacionamento “não tem sido bom”.

No domingo (27), o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas entrarão em vigor “sem prorrogações”. Contudo, Haddad acredita que o cenário pode mudar e mencionou a possibilidade de uma conversa direta entre Lula e Trump.

“É nosso papel, como ministros, azeitar os canais para que a conversa entre presidentes seja digna, respeitosa e represente os interesses dos dois povos”, finalizou.

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