‘Haddad não consegue mais justificar aumento de carga tributária’, diz Rodrigo Maia
Rodrigo Maia critica a proposta de aumento de carga tributária do ministro Fernando Haddad e alerta para a resistência no Congresso. Ele destaca que o aumento do IOF pode elevar o custo do crédito, especialmente para pequenas e médias empresas.
BRASÍLIA – O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, atual presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin), criticou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que ele não consegue justificar o aumento da carga tributária, mesmo com a alegação de reequilíbrio fiscal.
Maia acredita que a resistência no Congresso será significativa à Medida Provisória (MP) editada em 11 de outubro, que busca compensar um decreto recente que reduziu o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que pautará na próxima segunda-feira a votação para derrubar o decreto sobre o aumento do IOF.
“Haddad já não consegue justificar mais aumento de carga. Acredito que haverá uma resistência muito grande no Parlamento”, declarou Maia.
Ele destacou que o aumento do IOF pode gerar um aumento significativo no spread, elevando o custo do crédito, especialmente para pequenas e médias empresas.
A operação de risco sacado, na qual pequenos fornecedores recebem pagamentos adiantados de grandes empresas, será impactada, mesmo após o governo reduzir as alíquotas propostas.
“O aumento do IOF destruirá a agenda de redução do spread do secretário Marcos Pinto e poderá elevar em até 6% ao ano o custo do crédito no setor metalúrgico”, disse Maia.
O Ministério da Fazenda, por outro lado, afirmou que o novo decreto resulta em uma redução de 80% na tributação do risco sacado, atendendo a pleitos de setores produtivos.
Maia ainda comentou sobre a taxação de títulos incentivados, argumentando que isso só faz sentido se resultar na redução das alíquotas médias. Ele prevê grandes impactos para setores como imobiliário, agrícola e infraestrutura.
“Se o governo quer harmonizar as alíquotas, precisa reduzir os percentuais de quem paga mais. Do contrário, é uma medida claramente arrecadatória”, concluiu Maia.
Por fim, ele sugere que uma agenda de redução de despesas teria mais aceitação dos parlamentares, incluindo a desvinculação dos pisos da saúde e da educação.