Haddad mais político? Crise do IOF e tarifaço fortalecem ministro no Planalto e no PT, não na Faria Lima
A derrota do governo no Congresso sobre o IOF marca uma reviravolta na relação entre Haddad e os parlamentares, impulsionando a agenda de altos impostos do ministro. Com o aval de Lula, Haddad adota uma postura combativa e busca consolidar sua imagem como defensor da justiça tributária frente à oposição.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta crise em relação ao IOF.
No dia 25 de junho, Haddad acordou com muitas mensagens após o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciar votação para sustar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A tentativa de acordo entre governo e parlamentares falhou, resultando em uma derrota significativa para os governistas na Câmara: 383 votos a 98.
Após a votação, Haddad e o presidente Lula se mostraram indignados. Motta, que antes se mostrava colaborativo, virou um obstáculo ao governo.
Lula apoiou Haddad, que decidiu judicializar a questão do IOF, o que revitalizou a sua posição como “homem forte” do governo.
Enquanto a Casa Civil criticava inicialmente o aumento de impostos, a situação mudou, levando Haddad a apresentar sua agenda como parte da luta contra os “privilégios”.
A estratégia de Haddad, que incluiu um tom mais agressivo em suas falas e campanhas publicitárias, visava reforçar a justiça tributária e a defesa da classe trabalhadora, combatendo a imagem de “Taxad”.
A vitória na Justiça, com o ministro Alexandre de Moraes mantendo a taxação do IOF, fortaleceu a agenda de Haddad e reanimou sua imagem no PT.
Entretanto, essa postura atraiu críticas de investidores, que questionam a política do aumento de impostos e a falta de cortes de gastos, gerando um desgaste com o mercado.
A pressão interna no PT cresceu para que Haddad se candidate ao Senado em 2026, contra as forças bolsonaristas, apesar de sua relutância inicial em concorrer.