Haddad diz que recuo sobre IOF foi ‘correção de rota’ para evitar especulações
Ministro da Fazenda defende recuo sobre IOF como medida para evitar especulações no mercado. A decisão, resultante de diálogo com parceiros, resulta em uma perda de arrecadação de R$ 2 bilhões, mas visa harmonizar a política fiscal do governo.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou recuo sobre a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos de fundos brasileiros no exterior, buscando evitar especulações.
Haddad enfatizou que a decisão foi tomada com a colaboração de parceiros e que o governo não quer inibir investimentos no exterior.
O ministro afirmou que a revisão foi necessária para não gerar desinformação no mercado, alegando que houve uma reação adequada às implicações da mudança.
Após o recuo, o governo deve deixar de arrecadar R$ 2 bilhões, com medidas que totalizam R$ 54 bilhões em contenção de despesas e aumento de IOF.
Haddad destacou que essas medidas não visam um ajuste fiscal somente pelas receitas, previsto impacto de cerca de R$ 20 bilhões.
O diálogo entre a Fazenda e o Banco Central foi ressaltado, com Haddad afirmando que não revisa decisivamente do BC e que as responsabilidades são separadas.
Na quinta-feira, o governo havia anunciado mudanças que incluíam a alíquota de 3,5% sobre aplicações no exterior, mas recuou para manter a alíquota zero devido à reação negativa do mercado.
Outras mudanças nas remessas para investimentos de pessoas físicas também foram canceladas, mantendo a atual alíquota de 1,1%.
Fontes indicaram que o recuo no IOF afetaria menos de 10% da arrecadação prevista com as alterações.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi consultado antes da decisão, tendo sua avaliação sido considerada decisiva para a mudança de postura do governo.