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Haddad demite auditor da Receita envolvido em esquema de propina

Auditor-fiscal é demitido por corrupção relacionada à Lava Jato. Investigação apurou extorsão de valores em troca de benefícios fiscais, envolvendo informações confidenciais.

Ministério da Fazenda demitiu o auditor-fiscal Marco Aurélio da Silva Canal por obter vantagens pessoais usando o cargo. A decisão foi publicada em 17 de junho de 2025 no Diário Oficial da União, assinada pelo ministro Fernando Haddad, e proíbe Canal de retornar ao serviço público federal por 8 anos.

A demissão segue um processo administrativo sobre sua conduta. Canal foi preso na Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, suspeito de liderar um esquema de cobrança de propina de alvos investigados.

Ingressando na Receita Federal em 1995, Canal era supervisor de Programação na Lava Jato, mas não atuava diretamente na força-tarefa. Tinha acesso a informações sigilosas.

A operação que resultou em sua prisão cumpriu 11 mandados de um total de 14. As investigações revelaram que ele extorquiu dinheiro de investigados em troca de redução ou cancelamento de multas fiscais.

Uma das bases da operação foi a delação de Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor, que alegou que Canal recebeu R$ 4 milhões para impedir uma autuação fiscal.

Como chefe da equipe no caso Fetranspor, Canal encerrou o procedimento fiscal em junho de 2017. Na época da prisão, sua remuneração líquida era de R$ 21,8 mil.

O Ministério Público caracterizou Canal como um "detentor de cargo com acesso a informações sensíveis", com conhecimento amplo sobre os órgãos de controle do Estado, sendo essencial à organização criminosa.

O advogado de Canal, Fernando Martins, alegou que a prisão foi “ilegal” e política, responsabilizando-o por condutas estranhas às suas atribuições.

Canal também participou de investigações sobre 133 contribuintes, cuja apuração revelou vazamentos de informações sigilosas, incluindo dados do ministro Gilmar Mendes.

Em agosto, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a apuração, alegando violação de sigilo e determinou o afastamento de auditores envolvidos, além de exigido depoimento de Canal.

Moraes argumentou que a seleção dos fiscalizados foi “sem critérios objetivos” e com “ausência de indícios razoáveis de ilicitude”.

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