Haddad critica juro real de 8% e diz que dívida pública reflete decisões do passado
Haddad destaca a anomalia dos juros reais no Brasil como um entrave ao crescimento econômico e reafirma metas fiscais até 2026. O ministro também enfatiza a importância de investimento privado para impulsionar o PIB no país.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como uma “anomalia” o nível atual dos juros reais no Brasil, em cerca de 8,8% ao ano. A declaração foi feita durante o Brazil Investment Forum promovido pelo Bradesco BBI.
Haddad destacou que juros elevados comprometem o esforço fiscal e travam o crescimento da economia, ressaltando que "a dívida é consequência de decisões que foram tomadas no passado".
Nos últimos 12 meses, o déficit nominal do setor público atingiu R$ 939,8 bilhões, com pagamentos de juros da dívida em R$ 924 bilhões, uma alta de 1,4% em relação a janeiro.
O ministro reafirmou o compromisso de zerar o débito primário até 2025, com uma margem de 0,25% do PIB, e alcançar um superávit de 0,25% do PIB em 2026.
Embora a inflação tenha atingido 5,06%, acima do teto da meta, Haddad elogiou o Banco Central por suas ações e ressaltou a importância de políticas fiscais e monetárias alinhadas para impulsionar o crescimento.
Ele enfatizou a necessidade de investimentos privados para estimular o PIB e avaliou que há interesse de capital por projetos no Brasil, com previsão de crescimento do PIB em 2,5% para 2025.
Finalmente, informou que o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 será enviado ao Congresso em 15 de abril, trazendo premissas orçamentárias e sinalizações fiscais para o governo Lula.