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Hackers manipulam mercados em onda de negociações ilícitas de US$ 700 milhões

Cibercriminosos adotam novas táticas para sequestrar contas de corretoras no Japão, resultando em perdas milionárias para investidores. O governo e as corretoras enfrentam pressão para melhorar a segurança e resolver as indenizações para as vítimas.

Criminosos sequestram contas de corretoras online no Japão, usando-as para manipular ações de baixo valor globalmente. Desde fevereiro, o golpe acumulou 100 bilhões de ienes (US$ 710 milhões) em negociações fraudulentas, sem sinais de diminuição.

As contas hackeadas são utilizadas para comprar ações pouco negociadas, permitindo que fraudadores inflacionem valores e retirem lucros. Como resposta, várias corretoras japonesas suspenderam ordens de compra para ações específicas.

Oito das maiores corretoras, como Rakuten Securities e SBI Securities, relataram transações não autorizadas. Isso destaca o Japão como vulnerável a ataques cibernéticos, podendo comprometer os esforços do governo para incentivar investimentos em aposentadorias.

Um relato impactante de uma trabalhadora de 41 anos revela que sua conta foi hackeada, resultando em uma perda de 639.777 ienes. Ao buscar ajuda, a corretora não se responsabilizou, afirmando que a culpa era da plataforma.

Um investidor que perdeu 50 milhões de ienes viu sua conta usada para compras de ações, apesar de ter apenas investimentos em fundos de índice. A polícia local se recusou a aceitar queixas, enquanto o governo japonês orienta diálogos "de boa-fé" sobre indenizações.

Casos de negociações fraudulentas dispararam de 33 em fevereiro para 736 em abril, segundo a Agência de Serviços Financeiros do Japão. Esse aumento ameaça a estratégia do governo de fomentar investimentos por meio do programa NISA, que já teve um crescimento de 20%. O presidente da associação de corretores criticou a falta de indenização às vítimas.

Os criminosos utilizam técnicas como adversary-in-the-middle e infostealers para obter acesso às contas. Em um estudo, foram relatados pelo menos 105.000 vazamentos de credenciais no Japão.

Vítimas, como a trabalhadora da Rakuten, compartilham suas histórias online, lutando contra a impotência e a falta de suporte das corretoras. Muitos sentem-se presos, considerando fechar suas contas, mas temendo o que vem a seguir.

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