Há ‘um oceano’ entre as políticas públicas e o que acontece na escola, diz chefe da Unicef Brasil
Debate sobre o Plano Nacional de Educação destaca a importância da participação da sociedade para alcançar as metas. Especialistas apontam desafios na comunicação e na infraestrutura das escolas brasileiras, além da valorização dos professores.
Debate sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) destaca a importância da participação popular nas atualizações das metas, segundo Mônica Pinto, chefe de educação da Unicef Brasil.
O atual PNE está em vigor desde 2014 e deveria ter sido encerrado em 2024. No entanto, uma lei sancionada em julho de 2022 prorrogou o plano até dezembro deste ano, com expectativa de atualização das metas para janeiro de 2026.
Mônica Pinto enfatizou a necessidade de condições para que os objetivos sejam alcançados: “É muito importante que a população participe desse debate”.
Durante o “Festival Led, Luz na Educação”, a gestora de inovação Giselle Santos destacou a importância de comunicar as políticas de forma simples, integrando a comunidade escolar.
O painel também discutiu a desvalorização do professor e o uso da tecnologia na educação. O diretor administrativo da Fundação Bradesco, Murilo Nogueira, afirmou que a Inteligência Artificial pode auxiliar, mas não substituirá o professor.
Giselle Santos criticou falta de prioridades nas políticas públicas de tecnologia, afirmando que o país está "engatinhando" nesse debate, sem clareza sobre os objetivos.
Mônica Pinto alerta que 5% das escolas brasileiras não têm energia elétrica e menos de 40% possuem internet para fins pedagógicos. Ela ressalta: “Há um oceano entre as políticas públicas e o que de fato acontece no chão da escola”.
Ela defendeu investimentos na carreira docente e que as políticas considerem as diferentes realidades sociais, evitando que beneficiem sempre as mesmas crianças e adolescentes.