Há 6 anos, Guedes foi ofendido e chamado de “tchutchuca” no Congresso
Tensão marca sessões na Câmara entre Paulo Guedes e opositores durante apresentação da reforma da Previdência, culminando em embates acalorados. Em nova audiência, ministra Marina Silva também enfrenta desrespeito e debater questões ambientais em clima de conflito.
Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, teve confrontos intensos com a oposição durante sua gestão. Em 3 de abril de 2019, durante uma sabatina na CCJ da Câmara, apresentou a reforma da Previdência e foi criticado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que o chamou de “mais perverso que Fernando Henrique Cardoso”.
O embate se intensificou quando Zeca Dirceu (PT-PR) o acusou de ser “tigrão” com os mais vulneráveis, mas “tchutchuca” com os privilegiados. Guedes, com o microfone desligado, respondeu “tchutchuca é a mãe” elevando a voz.
Após a confusão, o então presidente da CCJ, Felipe Francischini (PL-RS), encerrou a sessão.
No mês seguinte, Guedes voltou à Câmara para discutir a reforma e relatou ter recebido “ofensas”. O deputado Ivan Valente (Psol-SP) o acusou de crime de responsabilidade fiscal, enquanto Perpétua Almeida (PC do B-AC) alegou causos “rombos” em fundos de pensão.
Em uma audiência recente, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deixou a sessão após uma série de ataques misóginos e desrespeitos por parte de senadores. O presidente Lula e outros governistas apoiaram a ministra.
O clima entre a ministra e os congressistas era tenso após a aprovação do licenciamento ambiental, considerado por ela como prejudicial à legislação e à segurança ambiental do Brasil.
Durante a audiência, Marina defendeu a criação de unidades de conservação no Amapá, que não afetariam a prospecção de petróleo. Ela foi desrespeitada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) e pelo presidente da comissão, Marcos Rogério (PL-RO), que minimizou seu papel e atacou sua postura.
Marina respondeu ao sexismo ao afirmar que não seria submissa e pediu respeito. O clima se acirrou, levando a uma gritaria, enquanto o senador Plínio Valério (PSDB-AM) a desqualificava.
Após a sessão, Marina anunciou que sairia se não houvesse um pedido de desculpas e ao não obter respostas, saiu. Ela declarou ter sofrido violência política e posteriormente foi à Câmara para solicitar mais tempo para tratar do licenciamento ambiental.