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GWM quer Brasil como base para exportação na América Latina e descarta futuro 100% elétrico

GWM planeja expandir produção no Brasil, tornando o país um centro de exportação para a América Latina. A montadora busca aumentar a participação no mercado local e adaptar sua estratégia de motorização para atender diferentes perfis de consumidores.

GWM (Great Wall Motors) iniciará uma nova fase de expansão no Brasil com a **inauguração de sua fábrica** em Iracemápolis (SP), prevista para junho de 2025.

A unidade terá como objetivo abastecer o mercado nacional e transformar o Brasil em uma base de exportação para a América Latina. Os planos de entrada nos EUA estão, por enquanto, suspensos.

O presidente global da GWM, Jack Wey, anunciou a intenção de fazer do Brasil um centro regional durante o Salão do Automóvel de Xangai. A operação brasileira completou dois anos e, em 2024, vendeu 29 mil carros, com uma participação de 1,2% no mercado.

Com a nova fábrica, a expectativa é crescer 20% e atingir 35 mil unidades vendidas. A montadora também planeja aumentar o uso de conteúdo nacional para acessar mercados do Mercosul, iniciando com peças importadas da China.

Se a GWM atingir 35% de conteúdo local, conseguirá acessar mercados vizinhos sem impostos de importação, reduzindo custos. A empresa se inspira em marcas como a Honda para equilibrar volume, marca forte e rentabilidade.

Wey também afastou a ideia de um mercado 100% elétrico, citando as dificuldades tecnológicas atuais. Ele enfatizou que o discurso de eletrificação plena pode ser restritivo, especialmente no Brasil, onde muitos consumidores não demandam essa tecnologia.

A picape Poer, que será lançada em versões híbridas e a diesel, exemplifica a estratégia da GWM em dialogar com diferentes perfis de consumidores, especialmente no setor agrícola.

A GWM, uma empresa 100% privada, se destaca por ter se mantido lucrativa enquanto concorrentes lutam para ganhar mercado. Wey admitiu que a linha Ora (elétricos) está "atrás" nas vendas, mas enfatizou que a empresa continua lucrativa.

O diretor de marketing, André Leite, anunciou um reposicionamento da linha Ora para 2026, visando um modelo intermediário para consumidores que buscam qualidade e valor, sem se restrigir apenas ao preço.

O repórter viajou a convite da GWM e Stellantis.

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