Gustavo Franco: “Lula 3 é como Dilma 2” e pacote com IOF é “ruinzinho e pedalativo”
Gustavo Franco critica duramente o novo pacote fiscal de Lula 3, comparando-o ao governo de Dilma Rousseff. Ele destaca manobras orçamentárias enganosas e o uso do IOF como uma afronta às metas fiscais do país.
Economista Gustavo Franco critica o novo pacote fiscal do governo Lula 3 em coluna no Estado de S. Paulo.
Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos principais nomes do Plano Real, compara a atual administração com o segundo mandato de Dilma Rousseff.
Ele descreve as medidas como “ruizinhas” e aponta dois problemas principais:
- Manobras orçamentárias que adiam gastos para mascarar o cumprimento de metas;
- Uso do IOF como instrumento de arrecadação, contrariando sua função regulatória.
Franco argumenta que os bloqueios apresentados não são cortes reais, mas adiamentos estratégicos que desmoralizam as metas fiscais. Ele critica também a transformação do IOF em uma “CPMF seletiva”.
Além disso, a alíquota do IOF sobre crédito é questionada por estar na contramão do ciclo de juros atual, e a incidência em gastos com cartões no exterior poderia violar compromissos com o FMI.
O pacote, que inclui R$ 30 bilhões em manobras e R$ 20 bilhões em IOF, foi recebido com descontentamento. Franco considera que o governo não tem convicção em sua meta fiscal.
Ele sugere que o atual ministro da Fazenda busca uma política fiscal menos irresponsável, mas avista uma possível mudança até 2027, com uma nova abordagem fiscal.
Recentemente, o governo anunciou o aumento da alíquota do IOF para operações de cartão no exterior, de 3,38% para 3,50%. O governo justifica que é para minimizar cortes orçamentários.
A oposição já protocolou projetos na Câmara e no Senado para barrar essas medidas, mas o governo pode utilizar bloqueio de emendas como moeda de barganha.