Guerra tarifária ofusca cinquentenário das relações China-União Europeia

Comemorações dos 50 anos das relações entre China e União Europeia ocorrem sob um cenário desanimador nesta quinta-feira (24) em Pequim. Os negociadores chegaram com apenas um esboço de comunicado conjunto sobre mudança climática.

A expectativa de avanços em comércio e investimentos é mínima, especialmente após a guerra tarifária iniciada pelos EUA, que não aproximou, mas distanciou chineses e europeus.

A China implementou o controle de exportação de terras-raras, essenciais para a produção industrial, afetando não apenas os EUA, mas também a Europa. Na Europa, países como a Alemanha priorizam a reindustrialização militar devido à pressão americana e à competição reduzida após a interrupção do fornecimento de energia da Rússia.

As recentes negociações entre o chanceler chinês Wang Yi e líderes europeus não resultaram em concessões significativas, e o evento, originalmente marcado para Bruxelas, foi transferido para Pequim após a recusa do líder Xi Jinping ao convite.

Xi participará da cerimônia, mas a negociação será liderada pelo primeiro-ministro Li Qiang, enquanto um segundo dia de cúpula foi negado aos líderes da UE.

• Analistas chineses afirmam que a cúpula é crucial para a colaboração entre China e UE frente ao unilateralismo dos EUA.
• Histórico das relações inclui momentos de tensão, como em 1989, após a repressão a protestos que resultou no embargo de armas.
• A UE tem discutido a limitação de terras-raras à sua indústria, mas sem avanço significativo.

Está prevista uma futura visita do novo premiê alemão, Friedrich Merz, a Xi Jinping, para discutir novos acordos.

Enquanto isso, o comissário de Comércio da UE, Maros Shevcovic, ficou em Bruxelas, preparando possíveis retaliações contra a taxa americana prevista para o dia 1º de outubro sobre produtos europeus.

Na cúpula, estarão também os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, António Costa e Ursula von der Leyen, que se reuniram recentemente com o primeiro-ministro japonês. A história das relações entre a China e a UE inclui marcos importantes desde 1964 até as tensões atuais em 2025, quando a guerra tarifária reduziu a expectativa de um encontro produtivo.