Guerra tarifária entre Trump e China é 'uma benção' para Brasil, diz Financial Times
Guerra tarifária entre EUA e China beneficia Brasil com aumento na demanda por produtos agrícolas, destaca Financial Times. A reportagem aponta que o país se torna uma opção estável para abastecer mercados internacionais, porém enfrenta desafios logísticos para atender a nova demanda.
Escalada da guerra tarifária entre Estados Unidos e China traz efeitos positivos para o Brasil, principalmente no setor agrícola.
O Financial Times destaca que, com o aumento das taxas entre as duas potências, o Brasil é visto como uma “opção estável” para fornecimento de alimentos, como soja, aves e carne bovina.
O Brasil já foi considerado “o grande vencedor” das primeiras tarifas, aumentando sua liderança como principal fornecedor de comida para a China.
Com novas taxas americanas contra a China que podem chegar a 145%, o Brasil pode novamente se beneficiar.
O analista Isham Bhanu afirmou que a guerra tarifária é uma “benção” para Brasil e Argentina, prevendo relações melhores com a América do Sul.
A venda de carne bovina brasileira à China aumentou 33% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao ano anterior, enquanto as aves tiveram um crescimento de 19%.
A demanda por soja brasileira também cresceu, superando a dos EUA, que enfrentam repercussões no setor agropecuário.
O presidente da Associação Americana de Soja pediu um acordo “urgente” com a China após bloqueios e limitações impostas por Pequim às importações americanas.
Aurélio Pavinato, da SLC Agrícola, afirmou que o Brasil está “numa boa posição” para capitalizar, embora enfrente gargalos logísticos, especialmente na capacidade dos portos.
O FT observa que a participação dos EUA nas importações de comida pela China caiu de 20,7% (2016) para 13,5% (2023), enquanto a do Brasil subiu de 17,2% para 25,2%.
Especialistas acreditam que a guerra tarifária pode impulsionar investimentos na logística brasileira para escoar a produção.
Além disso, a ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia pode ser mais um impulso para o setor agrícola.
Preocupação: Seria o Brasil capaz de atender a demanda global crescente sozinha diante das taxas dos EUA? A UE também vai competir com a China por produtos, podendo aumentar os preços dos alimentos.