HOME FEEDBACK

Guerra entre Israel e Irã: como revolta popular deu origem à Revolução Islâmica e ao regime dos aiatolás

Protestos e descontentamento marcam a situação atual do Irã, levando jovens a questionar os ideais da Revolução Islâmica de 1979. As recentes tensões com Israel e as violações dos direitos humanos intensificam a insatisfação com o regime.

Protestos no Irã ganham novos contornos após mais de 40 anos da Revolução Islâmica de 1979, impulsionados pela morte de Mahsa Amini em 2022 e pelo conflito entre Irã e Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que deseja acabar com o regime iraniano, caracterizando-o como "muito fraco". Ele sugere que a decisão de agir cabe ao povo iraniano.

As violações dos direitos humanos e a crise econômica também alimentam o descontentamento. A inflação chegou a 38,7% e sanções ocidentais acentuaram a situação. Jovens questionam a legitimidade da revolução e culpam os líderes atuais.

Sadegh Zibakalam, um dos revolucionários, ainda acredita na liberdade e democracia prometidas em 1979, mas critica a atuação dos líderes da República Islâmica. Ele perdeu seu emprego após protestar contra a repressão.

A Revolução Islâmica alterou o Irã, substituindo um regime autoritário sob o xá Mohammad Reza Pahlavi, que promoveu a ocidentalização do país, mas também enfrenta resistência cultural. Muitos agora clamam por um retorno à monarquia dos Pahlavi.

Historiadores como Luíza Cerioli e Leonardo Bandarra ressaltam que a revolução se originou de múltiplos fatores, incluindo descontentamento econômico e as táticas do aiatolá Ruhollah Khomeini para unir diferentes grupos anti-xá.

A invasão da embaixada americana e a subsequente guerra com o Iraque (1980-1988) intensificaram o controle religioso no país, excluindo a pluralidade das vozes revolucionárias.

Quatro décadas nachos, há um crescente pedido de perdão de ex-revolucionários que agora reconhecem suas falhas. A pergunta que resta é: o Irã pode retornar a um caminho mais democrático, sem repetir os erros do passado?

Leia mais em bbc