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‘Guerra das blusinhas’ volta ao radar com taxação a chineses

Setores nacionais alertam para riscos de aumento de importações chinesas após elevação de tarifas pelos EUA. A medida pode desestabilizar a competitividade do mercado brasileiro e comprometer empregos.

Varejistas e fabricantes brasileiros de bens de consumo estão preocupados com o aumento de impostos sobre produtos da China, decidido pelo governo dos EUA.

A partir de 2 de maio, itens enviados da China e Hong Kong aos EUA, que custem até US$ 800 (R$ 4,5 mil), passarão a ter uma taxa de 30%, que antes era isenta.

Há o temor de um desequilíbrio no mercado brasileiro, com produtos chineses mais baratos direcionados ao Brasil, especialmente se o governo chinês subsidiar esses itens para apoiar suas empresas nas exportações.

O presidente da Abit, Jorge Gonçalves Filho, alertou para uma possível “avalanche de importações asiáticas”, que poderia prejudicar a indústria local. Ele observou que as empresas estrangeiras pagam 44,6% de tributos no Brasil e que, dependendo do estado, a taxa final pode chegar a 50%.

Além disso, a recente tributação sobre remessas de até US$ 50 em 20% já havia gerado impactos no mercado, acelerando a geração de vagas no comércio.

As plataformas chinesas, como Shopee, Temu, Shein e AliExpress, estão em alerta. A Shein, por exemplo, já adotou medidas para custear parte do ICMS no Brasil. Outras ações para redirecionamento de vendas estão sendo discutidas desde o início do ano.

A decisão dos EUA pode levar a um aumento na competitividade dos produtos chineses no Brasil, mesmo diante de uma alta tributação. A Amobitec afirmou que é cedo para determinar o impacto, mas ressalta que a tributação brasileira é uma das mais altas do mundo.

Em um cenário de potencial “invasão” de produtos chineses, empresários destacam que a indústria nacional precisa de medidas de defesa comercial para evitar perdas significativas em produção e empregos.

A expectativa é que o mercado se ajuste a essas novas realidades, mas os desafios para os fabricantes e varejistas brasileiros são iminentes.

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