Guerra comercial entre EUA e China pode frear alta dos juros no Brasil
Temores de recessão global influenciam expectativas sobre a Selic e a postura do Banco Central. Economistas projetam um possível fim do ciclo de alta de juros em meio à volatilidade do mercado internacional.
Escalada da guerra comercial entre EUA e China, após novas tarifas, gera temor de recessão global. Isso pode impactar a próxima reunião do Copom, responsável pela Selic, a taxa básica de juros do Brasil.
Analistas preveem que a economia mundial pode crescer menos, levando o Banco Central (BC) a encerrar o ciclo de alta de juros na reunião de maio. Antes, esperava-se que a Selic subisse para 15%, agora, previsões indicam menos de 15% ao final do ciclo.
Na última reunião, a Selic foi elevada para 14,25%. O JPMorgan espera apenas mais uma alta de 0,5 ponto em maio, com a Selic fechando o ano em 13,75%.
Riscos e desafios são a inflação ainda alta e a aversão dos mercados. O BC deve ser cauteloso ao iniciar cortes nos juros, mesmo com pressão externa por uma flexibilização monetária.
Dado a inflação em alta de 0,56% em março e 5,48% no acumulado de 12 meses, analistas da G5 Partners projetam a Selic em 15,50%, mas com viés de baixa.
Setores como extração mineral são vulneráveis devido à dependência de exportações. O BC alerta que a crise pode afetar os preços no Brasil, enquanto uma desaceleração global poderia aliviar a inflação.
O IBGE divulgou que o IBC-BR subiu 0,4% em fevereiro, indicando uma leve recuperação da economia.