Guerra comercial ameaça o algodão
Conflitos comerciais entre EUA e China ameaçam a safra recorde de algodão do Brasil. A instabilidade nas tarifas pode afetar a cadeia produtiva e o consumo global da fibra.
Conflito comercial entre Donald Trump e Xi Jinping pode afetar o mercado de algodão do Brasil, que espera uma safra recorde.
Marcelo Duarte, diretor da Abrapa, ressalta que a commodity é impactada por instabilidades globais. O uso do algodão depende do PIB: em tempos de crise, o consumo reduz.
China produz cerca de 7 milhões de toneladas de algodão, o que é suficiente para a demanda nacional. Por conta do "tarifaço" dos EUA, a China pode não precisar importar mais da commodity.
Em 2024, o Brasil deverá ser o maior exportador de algodão, com a China como principal cliente, seguido por Vietnã, Bangladesh, Turquia e Paquistão. Mais de 150 países consomem algodão brasileiro.
Segundo a Conab, a safra de algodão deve atingir 9 milhões de toneladas, um aumento de 1,8% em relação ao ano anterior. A soja também terá produção recorde, com 164,4 milhões de toneladas.
Os EUA têm imposto restrições ao algodão chinês, diminuindo a participação deste país nas importações de vestuário de algodão. A Lei Uigur proíbe a importação de produtos ligados ao trabalho forçado em Xinjiang, impactando diretamente o comércio.
De 2020 até agora, os EUA ampliaram as restrições e tarifas sobre produtos chineses, levando a uma diminuição nas importações de roupas de algodão da China, que caiu para menos de 10% do total. Outros países como Vietnã e Bangladesh compensaram essa queda.