Grécia prende 200 migrantes nas primeiras detenções desde suspensão de asilo
Grécia inicia detenção de migrantes após suspender direito de asilo para pessoas do norte da África. A medida, duramente criticada por grupos de direitos humanos, visa acelerar o processo de repatriação em meio ao aumento das chegadas irregulares.
Grécia realiza primeiras prisões de migrantes desde a suspensão do direito de asilo para pessoas do norte da África. A ação ocorreu neste sábado (19), com cerca de 200 migrantes detidos.
O ministro da Migração, Thanos Plevris, afirmou que os imigrantes presos não têm direito a solicitar asilo e permanecerão sob custódia policial até o início do processo de retorno.
A guarda costeira relatou que 190 migrantes chegaram por mar à Creta, e um quarto grupo com 11 pessoas foi encontrado na ilha de Agathonisi. Uma pessoa ficou ferida e faleceu posteriormente.
Na última sexta-feira (11), o parlamento aprovou a suspensão temporária de pedidos de asilo para migrantes provenientes do Norte da África, com 177 votos a favor e 74 contra. A lei permite repatriações rápidas, sem identificação prévia.
O primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, justificou a medida pelo aumento de chegadas irregulares, destacando que "a Grécia não é uma porta de entrada aberta". Apesar disso, os números de entrada caíram em comparação à crise de 2015 e 2016.
Embora as chegadas às ilhas de Creta e Gavdos tenham quadruplicado, as entradas por mar caíram 5,5%, totalizando 17 mil no primeiro semestre, segundo a ONU.
Grupos de direitos humanos criticaram a proibição, afirmando que viola direitos fundamentais. O artigo 33 da Convenção de 1951 proíbe o retorno de refugiados a países onde sua vida possa estar em perigo.
O governo grego nega irregularidades. A medida representa um endurecimento da postura migratória sob Mitsotakis, que intensificou a segurança nas fronteiras desde 2019.
O Ministério da Migração também pretende permitir a detenção de migrantes por até dois anos em casos de entrada irregular e cinco anos por permanência ilegal. Plevris classificou o fluxo migratório como uma “invasão”.