Grande preocupação da Vale é que agravamento da guerra comercial leve à queda do consumo global, diz CFO
Vale se preocupa com a guerra comercial entre EUA e China e seus impactos na demanda global. Executivos destacam que a demanda na China permanece forte, mas alertam para incertezas que afetam o mercado.
Marcelo Bacci, vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da Vale, expressou preocupação com a guerra comercial entre EUA e China e seu potencial impacto no consumo global.
Em coletiva sobre os resultados do primeiro trimestre, Bacci afirmou que a demanda na China continua firme e não há sinais de redução. Ele destacou a importância da China no mercado de minério de ferro, que representa mais de 60% deste segmento, contrastando com a irrelevância dos EUA nesse contexto.
Nos EUA, o níquel da Vale no Canadá é relevante, mas não sofre taxação. O executivo observou que investidores estão “jogando na defesa” por conta das incertezas. A demanda continua firme, e possíveis estímulos do governo chinês podem criar um cenário positivo para a Vale.
Bacci ressaltou a importância de eficiência e a queda de custos, comparando a trajetória da empresa com a dos competidores. O preço do minério de ferro está em torno de US$ 100 por tonelada, com baixa expectativa de crescimento de oferta e demanda.
Caso a atividade global diminua, o preço pode cair, mas Bacci não acredita em valores abaixo de US$ 100, pois isso afetaria significativamente a produção.
Além disso, a Vale está desenvolvendo um novo produto com teor intermediário de ferro para atender à demanda do mercado, já que seus clientes buscam materiais com uma margem melhor. O diretor Thiago Lofiego afirmou que o produto estará desenvolvido em 12 meses e resultará em redução de custos.