Governo vai criar espaço na rede elétrica para viabilizar projetos de hidrogênio verde em curto prazo
ONS e EPE buscam soluções para aumentar a capacidade de escoamento de energia no Nordeste e viabilizar investimentos em hidrogênio verde já no próximo ano. A proposta é criar espaço para injeção de até 1,8 GW entre Ceará e Piauí, apesar das limitações de infraestrutura e desafios regulatórios.
ONS e EPE estudam aumento do escoamento de energia no Nordeste para viabilizar projetos de hidrogênio verde, permitindo decisão final de investimento em 2024.
A expectativa é de criar espaço para 1 GW entre Ceará e Piauí, onde estão os maiores projetos de hidrogênio verde. Isso ocorre após a Aneel negar recursos a empresas como Solatio e Casa dos Ventos.
O ONS alega falta de escoamento suficiente, com excesso de geração em horários pontuais e insuficiência de linhas de transmissão. Projetos de hidrogênio verde exigem grande quantidade de energia: o da Solatio terá capacidade de 3 GW, o que é equivalente ao consumo de 13 milhões de residências.
Embora o ONS preveja abertura de capacidade entre 1 e 1,8 GW até o ano que vem, essa quantidade é inferior ao volume total de projetos previstos para 2026.
O diretor de um dos empreendimentos comentou que a meta é obter um parecer de acesso reduzido agora e aumentar a capacidade conforme o escoamento progressivamente melhore. Também há expectativa de que os trabalhos sejam finalizados até 2031, o que poderia atrasar a execução dos projetos.
O setor pressiona a EPE para antecipar a entrega de estudos sobre a infraestrutura necessária para viabilizar mais 4 GW. Há movimentações políticas de governadores em busca de garantir a instalação de estruturas em seus estados.
Além disso, novas regras da Aneel exigem que grandes empreendimentos paguem uma garantia ao solicitar acesso à rede, com custos de R$ 40 milhões por GW e R$ 350 milhões quando o acesso for aprovado. O objetivo é filtrar os projetos mais viáveis.
A resposta para a saúde financeira dos projetos e a maturidade deles será uma exigência, visando evitar especulações no setor.
PROJETOS COM DECISÃO FINAL DE INVESTIMENTO EM 2026