Governo Trump volta a desafiar Justiça e diz não ter poder de trazer imigrante salvadorenho de volta
Auditoria judicial revela tensão entre o governo Trump e o Judiciário dos EUA sobre o caso de deportação de Kilmar Garcia. Juíza exige que Casa Branca apresente esforços para garantir a volta do imigrante, enquanto alegações de má-fé podem levar a consequências legais para funcionários do governo.
Audiência sobre o caso de Kilmar Abrego Garcia
Uma nova audiência ocorreu em relação ao imigrante salvadorenho Kilmar Abrego Garcia, deportado para El Salvador durante o governo Donald Trump. Advogados do Departamento de Justiça afirmaram que o Judiciário americano não pode reintegrar Garcia aos EUA.
A audiência foi conduzida pela juíza federal Paula Xinis em Maryland, onde Garcia residia legalmente, sem acusações, até sua deportação.
Garcia entrou nos EUA irregularmente para escapar da violência. Em 2019, uma decisão judicial regularizou seu status e proibiu sua deportação, devido ao risco de tortura.
Nesta terça, os advogados reiteraram que os EUA não conseguiram interceder junto ao governo de Nayib Bukele. Essa argumentação já havia sido apresentada à Suprema Corte, que decidiu que Garcia deve ter a possibilidade de retornar.
O advogado Drew Ensign distorceu a decisão da Suprema Corte, afirmando que apenas garantiu a entrada de Garcia, sem responsabilidade de assegurar isso. Caso ele se apresente na fronteira, o governo permitirá sua entrada, mas planeja deportá-lo para outro país.
A juíza Xinis discordou da interpretação do governo, exigindo documentos sobre esforços para recuperar Garcia. Ela afirmou que até agora >"nada foi feito."
Xinis permitiu à defesa convocar funcionários do governo Trump para depor, aumentando a visibilidade do caso. Caso prove má-fé, funcionários podem ser presos por desacato.
A audiência ocorreu um dia após um encontro entre Trump e Bukele. Bukele declarou que não libertará Garcia, chamando-o de "terrorista criminoso".
Recentemente, Bukele ironizou a Justiça americana quando o governo Trump ignorou uma ordem judicial sobre deportações, gerando mais tensão no cenário imigratório.